AORIGEM DIÁGORA: poemas para contemplação


Desconectas, as palavras se recriam e se fundem. O poema cinético refaz o olhar e as equivalências da primeiridade. Aluz, osilêncio, a aor i gem. A fissão atômica do verso que se alterna no eixo e escapa às definições. Visão geral sem fatalismo. A composição não morre, se move em espiral.

Na vertical, o poema goteja. Liquefaz-se. Esvazia a página de horizontalidade e se esparrama como em revoada. Explora a plataforma que lhe sustem, mas não estanca na represa-livro. Vencedor do prêmio Auta de Souza da Fundação José Augusto, em 1987,   

Aorigem diágora, do artista multimídia Jota Medeiros, lançado neste ano pela Sol Negro Edições, permeia por um universo distinto. Distancia-se do poema processo por não utilizar nada além de palavras e do poema concreto porque não aposta em esquemas solucionáveis. Ao contrário, a ideia está além dos efeitos visuais, está na percepção daquele que o lê.

Impérvio ao primeiro tato, a obra instiga à contemplação. A poesia expõe seus efeitos visuais como em movimentos físicos, ilusão de ótica ou truques de posicionamento das peças-letras estabelecendo o poema-quadro.

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